Roda o VT!

Cupido

Um curta-metragem que desfaz barreiras e constrói laços

Esse vídeo é de um canal no YouTube chamado Legendadus. O autor legenda alguns vídeos e por isso, o nome. O tempo dos vídeos costuma ser entre entre 1 a 10 minutos. Mas não é qualquer tipo de vídeo. Sempre tem uma temática que envolve o cotidiano e ilumina alguns acontecimentos que, à princípio, podem parecer banais, mas na verdade, é a própria vida acontecendo. Prepare o coração para esse aqui:

Se eu amo esse vídeo? Mil vezes sim!!! E não me canso de ver.

Ele mostra como o amor desafia nossos horizontes. No começo, Laura se entristeceu, achando que o moço pelo qual ela se interessou não prestava atenção em suas músicas. Depois de entender que ele era surdo, ela foi aprender a língua de sinais americana (ASL - American Sign Language), já que a história se passa em Brooklyn, NY. Ela sabia que se apenas cantasse uma de suas composições, ele continuaria não percebendo. Então, ela interpretou sua canção em ASL e se apresentou para ele.

Um ponto marcante desse curta-metragem é que, quando Laura está prestes a cantar, as luzes se apagam, e somente a luz que reflete na mesa do moço surdo permanece acesa. Isso é feito para chamar a atenção dele através da percepção visual. E essa ação é constitutiva da cultura surda. Em um contexto escolar, por exemplo, se há um professor surdo ministrando uma aula e alguém de fora precisa chamá-lo, essa pessoa acende e apaga a luz como indício de que precisa falar com ele. O mesmo acontece em um lugar onde há muitos surdos sinalizando ao mesmo tempo e é preciso chamar a atenção de todos.

Mas não é só isso que esse curta nos traz. Vejamos as falas finais do narrador:

Algumas coisas na vida são três pelo preço de uma.

Sem medo de ser feliz, é possível pensar que Laura conseguiu isso. Ela tinha o emprego, que foi onde conheceu seu amado, compôs e apresentou uma canção para ele, e aprendeu a língua americana de sinais, tudo isso pelo preço de uma única coisa: o amor.

E outras coisas, como o momento que alguém realmente escuta seu coração não tem preço.

É tão lindo como o deslocamento para nos colocarmos no lugar do outro pode nos encher de compreensão. Laura se sentiu como aquele moço surdo que não a ouvia, incompreendida, invisível - por que ele não percebia que ela estava cantando? Em algum momento, aquele rapaz deve ter se sentido daquela forma também em relação a outras pessoas.

No fundo, todos nós passamos alguma(s) vez(es) na vida por isso. E Laura entendeu que para chegar até aquele moço, ela precisaria compreendê-lo. E fez isso por amor. No fim, ela é quem foi "ouvida".

É essa atitude que deve nos encorajar a mudar nosso olhar para os surdos. Somos diferentes, mas estamos sob a mesma condição: a condição de ser(mos) humano(s).

Lembre-se: se há barreiras, há caminhos!


Sinal de Vida. 2016. Licenciado por Creative Commons. Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional
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